segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A máquina do repórter-cinegrafista

  Bolex 16 mm Reflex
repórter-cinegrafista, na década de 60, normalmente cobria sozinho, para os noticiários da TV -  inclusive por razões econômicas - aos eventos mais espetaculares: as brigas nas ruas, os tumultos, os incêndios, as solenidades, os acidentes, as chegadas das celebridades nos aeroportos, as convulsões sociais, os discursos, os lances cruciais dos jogos de futebol, as marchas nos desfiles oficiais. Imagem externa documentava-se em película P&B.
Os filmes dos repórteres antecederam a utilização do vídeo-tape em câmeras portáteis. Eles faziam as imagens, escreviam as matérias, revelavam os filmes em negativo, secavam rudimentarmente as películas com fogo e álcool,  e identificavam as cenas e as personagens filmadas, ainda em negativo, para os redatores finais das notícias que entravam no ar em minutos. Adrenalina pura. Um tempo de infraestrutura incipiente e de grandes talentos que não podiam errar nunca (e gravar novamente - isso era impossível - não havia tempo, filmes nem recursos para tal luxo).
A câmera Bolex 16 mm Reflex foi uma dessas companheiras dos pioneiros das imagens, os loucos e intrépidos repórteres-cinegrafistas que alimentavam a TV dos primeiros tempos. Muitas dessas histórias absolutamente inacreditáveis (mas documentadas em preciosos filmes para comprová-las) foram narradas em longo depoimento gravado por Nelci de Castro, o Leka, a quem pertence a câmera fotografada. Essas histórias estarão presentes no livro dos Televisionários.

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